sexta-feira, 25 de maio de 2018

E não garantem nada


Forças Armadas vão garantir abastecimento, diz governo
Publicado em 25/05/2018 - 18:43
Por Da Agência Brasil* Brasília





O governo vai acionar as forças de segurança federais para liberar as estradas e as Forças Armadas serão utilizadas para garantir o abastecimento da população. Para isso, será editada uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), válida até o dia 4 de junho. A notícia foi dada hoje (25), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmman, afirmou ainda que o presidente Michel Temer poderá editar um decreto para permitir a requisição de bens, prevista na Constituição, para que alimentos, combustíveis, medicamentos e insumos cheguem à população, em todo o país. Ele acrescentou que os militares têm o respaldo legal para assumir a direção dos caminhões dos grevistas, se assim necessário. “O artigo 5, inciso 25 da Constituição Federal permite a requisição de bens, caso se faça necessário, em condições de pilotar veículo para que o desabastecimento seja contido e voltemos a ter distribuição regular”.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou que houve redução considerável dos bloqueios de estradas em todo o país. Segundo os números apresentados pelo governo, informados pela PRF, das 938 obstruções e interdições de rodovias, 419 já foram liberadas até este momento. Há ainda 519 pontos de interdições, já parciais, segundo o governo. O ministro admitiu que a liberação ocorre com menos velocidade do que o esperado.

Locaute
O ministro da Segurança disse ainda que a Polícia Federal abriu inquérito e vai ouvir 20 empresários de transportadoras para investigar se fizeram locaute, o que é ilegal e punível com prisão e multa.  "Estamos investigando se grandes empresas, transportadoras, patrões usaram os trabalhadores para ampliarem suas margens de lucro", afirmou Jungmann. "Greve é direito constitucional; locaute é ilegalidade", definiu. "Nós vamos ver quem está tirando proveito das reivindicações de trabalhadores. Se há patrões explorando os trabalhadores e o sofrimento da população", completou. O ministro disse que se o locaute for comprovado, os infratores serão enquadrados em sete tipos de crimes.

 O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, disse que as forças federais já estão atuando para normalizar a distribuição de produtos no país. Segundo ele, uma das refinarias da Petrobras no Rio de Janeiro, já reiniciou a distribuição de combustível no estado. “A refinaria Duque de Caxias já normalizou quase na integralidade, o que vai limpando o horizonte para nós. Haverá o tempo necessário para reposição de estoques, mas reinicia o abastecimento”, disse. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que muitos caminhoneiros estão respeitando o acordo firmado ontem com o governo federal.

De acordo com o ministro Padilha, informações da Polícia Rodoviária Federal e do GSI mantém a cúpula do governo informada. “O acordo está sendo observado por muitos. Temos monitoramento minuto a minuto. Postos da Polícia Rodoviária Federal municiam com informações e o Gabinete de Segurança Institucional vai acompanhando minuto a minuto o que vai acontecendo”. Segundo ele, uma “minoria barulhenta” tem atrapalhado o processo de volta à normalidade nas estradas.
 *Colaborou Marcelo Brandão

sábado, 5 de maio de 2018

Rússia buscando caminhos



Centenas são presos na Rússia em atos anti-Putin
Entre os detidos está Alexei Navalny, principal líder da oposição. Manifestações em diversas cidades do país foram convocadas às vésperas de presidente russo assumir seu quarto mandato.






 Alexei Navalny é carregado por policiais durante protesto em Moscou

Mais de mil pessoas foram detidas neste sábado (05/05) em protestos contra o presidente Vladimir Putin, realizados em diversas cidades da Rússia, segundo números de um grupo independente de monitoramento. Entre os detidos está o principal líder da oposição, Alexei Navalny.

O protesto nacional, organizado sob o lema "Ele não é o nosso czar", foi convocado por Navalny, que foi impedido de se candidatar na eleição presidencial de março devido a uma condenação judicial. As manifestações acontecem a dois dias da data em que Putin toma posse para um quarto mandato presidencial de seis anos, nesta segunda-feira.

Navalny foi preso em Moscou, juntamente com seu aliado Nikolai Lyaskin e vários de seus simpatizantes. Imagens da detenção, divulgadas na internet, mostram cinco policiais levando o oposicionista para uma van, o carregando pelos braços e pernas.

Antes de ser detido, o líder oposicionista – já preso anteriormente por organizar protestos semelhantes – conseguiu falar brevemente a milhares de manifestantes, reunidos na praça Pushkin, no centro de Moscou.

Repórteres da agência de notícias Reuters viram tropas de choque deter sistematicamente vários manifestantes em Moscou, alguns deles de forma ríspida, antes de colocá-los em ônibus. Em São Petersburgo, centenas de manifestantes foram impedidos de chegar à praça central da cidade.

Segundo a oposição russa e observadores independentes, dezenas de manifestantes foram detidos em concentrações anti-Putin registradas em outras zonas da Rússia. O OVD-Info, grupo independente de monitoramento à repressão política na Rússia, afirmou que foram mais de mil detenções. Outras fontes, ligadas a grupos de direitos humanos, falaram em quase 600 detidos.

As agências internacionais também relataram ter ocorrido confrontos em Moscou entre simpatizantes de Navalny e ativistas pró-Kremlin.

Nas eleições presidenciais russas, realizadas em 18 de março, Putin foi reeleito com 76,67% dos votos.
MD/lusa/afp/rtr
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