Angola não
tem condições para aplicar o IVA - Oposição e economistas
junho 17, 2019
Angola não tem
capacidade para aplicar o Imposto do Valor Acrescentado, IVA, que poderá também
não ser uma solução adequada para os problemas fiscais do país, disseram
membros da oposição e economistas.
O IVA deveria entrar em vigor a
partir de 1 de julho, mas isso foi adiado para outubro.
O Grupo Técnico Empresarial (GTE) e o governo tiveram opiniões diferentes sobre
a entrada em vigor do mesmo com o GTE a defender a data de 1 de janeiro de
2020.
Danda
disse que é irrealista pensar-se em aplicar o IVA quando “nem se quer estamos
preparados em instituições, formação técnica para o IVA”.
“Estamos a correr para quê?"
interrogou.
O economista e deputado pela CASA-CE Manuel Fernandes disse por seu turno que o governo não possui sequer “alguns pressupostos básicos para a sua implementação …. como empresas com um sistema contabilístico bem organizado, sistema informático à altura e com energia elétrica em condições”.
“Se
o estado tem pressa de ir ao bolso do cidadão então tem que fazer bem as coisas
para o seu sucesso”, acrescentou.
Por
seu turno o empresário José Severino, presidente da Associação Industrial de
Angola afirmou que antes de se aplicar o IVA é preciso “acautelar uma serie de
pressupostos, para que o IVA não venha a agravar ainda mais a vida do cidadão”.
"O sistema é muito complicado, para se entrar tem que se investir em informática etc.
sistema contabilístico, isto não pode ser assim como se quer”, afirmou fazendo notar decisões que se têm que tomar em relação à aplicação dos impostos em sectores de saúde, educação, importação de matérias primas que actualmente estão isentas de impostos e outros.
O
economista Precioso Domingos entende que Angolanem daqui a três anos estará
pronta para receber o IVA.
"Angola não está preparado para implementação do IVA, nem mesmo em 2020, nem em 2021e não precisamos ter pressa,” afirmou, acrescentando que o seu receio é que o imposto sirva para causar uma maior regressão.