ONU pode
eleger uma mulher como vice-secretária
07/10/2016 16h01 - Nova York
Valeria
Robecco – Repórter da Agência Ansa
Uma mulher poderá ser eleita como
vice-secretária da Organizações da Nações Unidas (ONU), após a eleição do
português António Guterres como próximo secretário-geral. A aprovação deve ser
feita na semana que vem pela Assembleia Geral. As informações são da Agência
Ansa.
A expectativa de que fosse uma
mulher que ocuparia o cargo máximo da diplomacia internacional se perdeu,
quando foi divulgada a informação sobre o acordo dos membros do Conselho de
Segurança para eleger Guterres.
A decisão pela escolha do
ex-primeiro-ministro de Portugal, que também foi líder do Alto Comissariado da
ONU para Refugiados, confirmou que um homem sucederá o sul-coreano Ban Ki-moon,
no cargo desde 2007, enquanto uma mulher poderá ocupar o cargo de
vice-secretária.
Durante sua campanha, Guterres
deu como certa a nomeação de uma mulher, pois em sua opinião é
"fundamental a paridade de gênero" nas Nações Unidas.
Ban Ki-moon
Em reunião ontem (6) com o
presidente da itália, Sergio Mattarella, Ban Ki-moon elogiou a escolha do
português. "Saudações a António Guterres por sua nomeação. Eu o conheço
bem e considero uma eleição magnífica", comentou o atual responsável pela
entidade.
Já Matarella disse que "a
extraordinária experiência internacional em apoio aos mais fracos de Guterres
será a maior garantia para a confirmação da herança de Ban Ki-moon".
Guterres, veterano na política e
na diplomacia, primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002 e líder do Alto
Comissariado para Refugiados de 2005 a 2015, assumirá o cargo em primeiro de
janeiro de 2017 e seguirá seu mandato até 31 de dezembro de 2021.
"Era o melhor candidato e
isso foi considerado de maneira unânime como a coisa mais importante",
declarou Vitaly Churkin, embaixador russo e presidente de turno dos 15
representantes do Conselho de Segurança.
Processo transparente
O secretário-geral eleito se
definiu como um "honesto mediador, um construtor de pontes e uma pessoa
que busca criar as condições para o consenso".
"Para descrever o que sinto
com este momento me faltam palavras. Gratidão e humildade", comentou
Guterres, de 67 anos, em uma videoconferência em Lisboa.
"Minha gratidão ao Conselho
de Segurança, por sua confiança, à Assembleia Geral e aos Estados-membros pelo
processo de seleção aberto e transparente", afirmou o político português.
Guterres também se disse
"comovido" ao ver unidade no organismo da ONU. "Unidade e
consenso são absolutamente indispensáveis para que o Conselho de Segurança
enfrente os desafios de nosso tempo, porém se necessita de humildade para
reconhecer os desafios atuais e para servir aos povos, sobretudo aos mais
vulneráveis, como as vítimas dos conflitos e da pobreza", conclui ele.
Sua experiência o colocou como o
favorito desde o primeiro voto preliminar do Conselho de Segurança, porém havio
o receio de que Moscou vetasse a indicação. A Rússia pressionava a entidade
para eleger um candidato do leste europeu.
Além disso, as tensões entre
Estados Unidos e Rússia poderiam causar um processo longo e complexo. Por isso,
o resultado, que elegeu Guterres com rapidez e de modo unânime, foi uma
surpresa para muitos.
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