Bicentenário,
saiba o que Museu Nacional guardava
Publicado
em 03/09/2018 - 00:01
Por Douglas
Corrêa - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista,
como é conhecido, fica instalado no bairro imperial de São Cristovão, zona
norte da cidade, e reúne mais de 20 milhões de itens, divididos em
coleções de paleontologia, zoologia, botânica, antropologia, arqueologia, entre
outras. O lugar já foi residência oficial da família imperial brasileira. Dom
João VI inaugurou em 1818 o museu com o nome de Museu Real,
que funcionou primeiramente no Campo de Santana, no centro do Rio.
O diretor de Preservação do Museu Nacional do
Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou à Agência Brasil que
o incêndio causa um “dano irreparável” ao acervo e à pesquisa nacional,
mas ainda não é possível saber o que foi destruído.
Conheça alguns itens:
- Um dos mais importantes itens
era um fóssil humano, achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em
1974. Batizado de Luzia, fazia parte da coleção de antropologia.
Trata-se do fóssil de uma mulher que morreu entre 20 e 25 anos e
seria a habitante mais atinga das Américas.
- Outra preciosidade era o
maior meteorito já encontrado no Brasil, chamado de Bendegó e pesa 5,36
toneladas. A pedra é de uma região do sistema solar entre os planetas Marte e
Júpiter e tem mais de 4 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, no
sertão da Bahia, na localidade de Monte Santo. Quando foi encontrado era o
segundo maior do mundo. A pedra integra a coleção do Museu Nacional desde 1888.
- Dom Pedro arrematou em
1826 a maior coleção de múmias egípcias da América Latina. São múmias de
adultos, crianças e também de animais, como gatos e crocodilos. A maioria das
peças veio da região de Tebas.
História
Fundado por Dom João VI
em 6 de junho de 1818 sob a denominação de Museu Real, o museu foi
inicialmente instalado no Campo de Santana, reunindo o acervo legado da antiga
Casa de História Natural, popularmente chamada "Casa dos Pássaros",
criada em 1784 pelo Vice-Rei Dom Luís de Vasconcelos e Sousa, além de
outras coleções de mineralogia e zoologia.
A criação do museu visava a
atender aos interesses de promoção do progresso sócio-econômico do país através
da difusão da educação, da cultura e da ciência. Ainda no século XIX, notabilizou-se
como o mais importante museu do seu gênero na América do Sul. Foi incorporado à
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1946.
O Museu Nacional abrigava um
vasto acervo com mais de 20 milhões de itens, englobando alguns dos mais relevantes
registros da história brasileira no campo das ciências naturais e
antropológicas, bem como amplos e diversificados conjuntos de itens
provenientes de diversas regiões do planeta, ou produzidos por povos e
civilizações antigas.
Formado ao longo de mais de dois
séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações, o
acervo é subdividido em diversas coleções. É a principal base para as
pesquisas desenvolvidas m todas as regiões do país e em outras partes do
mundo, incluindo o continente antártico. Possui uma das maiores bibliotecas
especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470.000 volumes e
2.400 obras raras.
No campo da educação, o museu
oferece cursos de extensão, especialização e pós-graduação em diversas áreas do
conhecimento, além de exposições temporárias e atividades educacionais.
Administra o Horto Botânico, ao lado do Palácio de São Cristóvão, além do
campus avançado na cidade de Santa Teresa, no Espírito Santo — a Estação
Biológica de Santa Lúcia, mantida em conjunto com o Museu de Biologia Professor
Mello Leitão. Um terceiro espaço no município de Saquarema é utilizado como
centro de apoio às pesquisas de campo.
Saiba mais
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Edição: Carolina
Pimentel
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