Relatório
isenta pilotos de culpa na queda do boeing da Ethiopian
Publicado em 04/04/2019 - 10:32
Por Agência
Brasil* Brasília
Um
relatório preliminar do governo da Etiópia, divulgado nessa quinta-feira (4)
afirma que os pilotos do voo da Ethiopian Airlines que caiu após a
decolagem, no mês passado, matando todas as 157 pessoas a bordo,
seguiram os procedimentos recomendados pela fabricante da aeronave, mas
mesmo assim não conseguiram evitar a queda."A
tripulação realizou repetidas vezes todos os procedimentos fornecidos pelo
fabricante, mas não conseguiu controlar a aeronave", afirmou a ministra
dos Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges, em Adis Abeba. O relatório foi
elaborado com base nos registros do Boeing 737 MAX 8, acidentado no dia 10 de
março.
"Uma
falha seguida no software de controle automático de voo da
aeronave fez com que o procedimento de parada fosse ativado, o que causou a
queda da aeronave", afirmou Moges, atribuindo o acidente a uma falha
técnica. Os investigadores avaliam o papel do controle de sistema de voo,
conhecido como MCAS, que, em determinadas circunstâncias, podem fazer com que a
frente, ou o "nariz" do avião, seja direcionada para baixo, a fim de
evitar uma perda de sustentação aerodinâmica (estol).
Os
investigadores etíopes não mencionaram diretamente o MCAS no relatório, mas
recomendaram à Boeing que reavalie "o sistema de controle de voo
relacionado à controlabilidade" da aeronave 737 MAX 8. A empresa americana
fez correções no software, que ainda necessitam de aprovação das
agências reguladoras nos Estados Unidos. Essas são as primeiras conclusões
divulgadas após a investigação das caixas-pretas do avião, que está sendo feita
na França.
Mais de
50 países interditaram seus espaços aéreos para aeronaves desse modelo ou viram
suas companhias nacionais suspenderem o uso dos aviões. Essas decisões foram
tomadas em razão das preocupações com essas aeronaves, após a queda do voo da
Ethiopian Airlines e de outro acidente semelhante ocorrido menos de seis meses
antes, com um voo da companhia indonésia Lion Air, que deixou 189 mortos. Os
dois aviões caíram minutos depois de decolar.
A Boeing
está sendo investigada pelos departamentos de Justiça e de Transportes dos
Estados Unidos, além de comitês do Congresso americano. As investigações também
avaliam o papel da Administração Federal de Aviação dos EUA, que aprovou o 737
MAX em 2017 e se recusou a proibir sua utilização após o primeiro acidente com
o avião em outubro.
O 737 é o
avião de passageiros moderno mais vendido no mundo e é considerado um dos mais
confiáveis. A série MAX, lançada em 2017, é a versão mais recente do bimotor de
corredor único da Boeing e já recebeu mais de 5 mil pedidos de cerca de 100
clientes. A série é mais eficiente em termos de combustível, em comparação com
seus antecessores, e há quatro variantes: MAX 7, MAX 8, MAX 9 e MAX 10, que
podem transportar entre 138 e 204 passageiros e foram projetadas para voos de
curta e média distância.
*Da
Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)
Edição: Graça Adjuto
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